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Setembro Amarelo – Câmara promove palestra sobre prevenção ao suicídio


Publicada em 11/09/2019 16:54

Setembro Amarelo – Câmara promove palestra sobre prevenção ao suicídio

Somente no Brasil, 32 pessoas cometem suicídio diariamente; psicólogo David Romeros foi o convidado para falar sobre o tema

 

 

A Câmara Municipal de Ipatinga recebeu nesta terça-feira (10) o psicólogo David Romero para falar sobre prevenção ao suicídio. O convite faz parte da Campanha Setembro Amarelo, realizada no país por todo o mês e oficialmente lembrada neste dia 10, Dia Mundial de Conscientização e Prevenção ao Suicídio.

Com grande presença de estudantes e convidados, o psicólogo abriu a palestra falando sobre o tabu social em relação ao assunto. “A gente tem medo, a mídia tem medo. O medo de falar e espalhar uma ideia que vai levar outras pessoas a cometerem suicídio. Precisamos conversar abertamente sobre esse tema, com informação adequada, responsável”.

Ele apresentou números relativos ao suicídio. Segundo ele, no Brasil, 17% da população já pensaram no assunto em algum momento da vida, e 4,8% chegaram a planejar como colocar em prática a ideia. Isso representa quase 10 milhões de pessoas que planejaram de fato tirar a própria vida. E muitos infelizmente conseguem. Diariamente, 32 brasileiros cometem suicídio, o que representa a perda de quase 12 mil vidas todo ano no país. E não importa a idade ou classe social, diz David Romeros.

“Várias pessoas são atingidas por esse ato, de todas idades e classes sociais. Inclusive em comunidades indígenas. É uma ação que causa graves implicações sociais. Estima-se que, a cada suicídio, seis a dez outras pessoas são impactadas diretamente, gerando um problema de saúde pública. “

Mas, afinal, o que leva uma pessoa a se matar? Segundo o psicólogo, não há apenas uma resposta, uma causa. “É muito importante entender que é um conjunto de situações que leva uma pessoa a cometer esse ato. Nunca é um motivo apenas. E a pessoa geralmente tem muita dificuldade para falar sobre isso, pedir ajuda, se abrir”.


Psicólogo David Romeros fala durante palestra sobre prevenção ao suicídio 

 

 

Por isso, diz ele, é importante escutar, ter disponibilidade de ouvir, sem julgamento. “As pessoas que suicidam na grande parte dos casos pedem socorro, às vezes sutilmente, às vezes de forma mais clara. Nessa hora, ter alguém para ouvir pode fazer toda a diferença”, afirma.

“Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. Importante é estar preparado para ouvir, escutar, tentar compreender, com sentimentos sinceros, sem julgamento, sem críticas”, acrescenta.

Procurar profissionais pode ser também uma alternativa para quem sofre com o problema. “As pessoas não desejam a morte, mas viver de uma outra maneira. O interessado pode procurar também ajuda do Centro de Valorização da Vida, pelo número 188”.

 

Mike Emme – História do Setembro Amarelo

 

O Setembro Amarelo tem origem nos Estados Unidos. Tudo começou por causa de um Ford Mustang amarelo. Melhor dizendo, tudo começou com um jovem chamado Mike Emme. O rapaz era entusiasta, fã e proprietário de um Ford Mustang. Ao adquirir o veículo, ele o restaurou sozinho, e pintou a carroceria de amarelo brilhante. Mas, em 1994, quando os pais chegaram à residência deles, encontram o filho dentro de carro, sem vida, após cometer suicídio com uma arma de fogo. Mike sofria de depressão.

Parentes e amigos tiveram em seguida a ideia das fitas amarelas, como o Ford Mustang. A ideia era ajudar jovens na mesma situação a expor suas dores e procurarem ajuda. A campanha ganhou destaque em todo os Estados Unidos e no mundo. No Brasil, a campanha iniciou-se há pouco tempo, em 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria.


O americano Mike Emme, que inspirou o movimento mundial de conscientização e prevenção do suicídio

 

 

             

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