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Câmara recebe visita do presidente da Ternium no Brasil


Publicada em 06/03/2017 18:23

Câmara recebe visita do presidente da Ternium no Brasil

Paolo Bassetti, presidente de um dos controladores da Usiminas no país, afirmou que o impasse sobre o comando da empresa é a principal causa da crise na siderúrgica

 


A Câmara Municipal de Ipatinga recebeu nesta segunda-feira (6) a visita de Paolo Bassetti, presidente do grupo ítalo-argentino Ternium no Brasil, um dos sócios controladores da siderúrgica Usiminas.  Recebido por vereadores na sala da presidência da Câmara, Bassetti veio apresentar o portfólio da empresa aos parlamentares, mas o assunto que dominou foi a crise pela qual passa a Usiminas.


Com problemas de caixa, a Usiminas vem passando por uma crise financeira sem precedentes, o que acaba afetando o município de Ipatinga, já que a empresa é o principal motor econômico da região. Empregos diretos, indiretos e arrecadação de tributos dependem diretamente do desempenho da Usiminas. Além disso, dois dos principais controladores (Ternium e Nippon Steel) vêm brigando na justiça pelo comando da siderúrgica.


Após fazer uma breve apresentação do grupo Ternium, que atua na área de siderurgia em diversos países da América Latina e Europa, Bassetti respondeu a perguntas dos parlamentares. Ao ser questionado, pelo vereador Nardyello Rocha, como a Ternium pretende se relacionar com a comunidade local, o italiano disse que a empresa tem uma longa tradição na assistência social, tanto na Itália como também em países da América Latina, mas que o controle da empresa seria fundamental para concretizar tal objetivo em Ipatinga. Hoje, a siderúrgica está sob a presidência de Rômel de Souza, indicado pelos japoneses, contrariando os interesses da Ternium, que havia designado Sergio Leite, removido do posto pela justiça.


Ao ser perguntado pela vereadora Cassinha, Bassetti reiterou que a principal causa dos problemas da Usiminas não é a crise econômica brasileira, tampouco a crise mundial por demanda de aço, mas sim o imbróglio jurídico pela presidência da empresa. Esse impasse, segundo ele, causa insegurança jurídica, afugentando atuais e futuros investimentos. Entres eles, o investimento no alto-forno 1, atualmente desligado. Bassetti diz acreditar, após ser questionado, que o religamento do forno 1 ocorrerá até o fim deste semestre, possiblilitando aumento da capacidade produtiva da empresa. 


A letargia da justiça mineira em resolver o impasse sobre o comando da Usiminas vem aprofundando a crise, segundo o representante dos empregados Luiz Carlos de Miranda, também presente no encontro.    


Paolo Bassetti foi questionado ainda pelo vereador Adiel Oliveira, que pediu que fizesse uma previsão para a empresa nos próximos anos, mas o italiano disse não saber ao certo o que acontecerá, mas garantiu que o grupo ítalo-argentino não venderá os ativos da Usiminas e que a compra recente da CSA, siderúrgica localizada no Rio de Janeiro, é uma comprovação de que grupo ainda acredita no país, apesar da atual crise econômica.


Ao fim do encontro, os vereadores propuseram criar uma comissão com a participação dos legislativos das cidades do Vale do Aço para tentar ajudar a reverter a crise da Usiminas. Essa proposta, segundo Nardyello Rocha, será fomentada em encontro entre parlamentares das cidades da região, que ocorrerá esta semana.


Além dos vereadores já mencionados no texto, estiveram na reunião os vereadores Mazinho, Gilamarzinho, Rogerinho, Vanderson da Autotrans, Wanderson Gandra, Tonico, Jadson Heleno, Luiz Márcio, Paulo Reis, Lene Teixeira, Toninho Felipe, Ademir Cláudio, assessores dos parlamentares Andrade, Franklin Meireles e Pastora Márcia, além dos presidentes da Câmara Municipais de Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso.     

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